quinta-feira, 6 de novembro de 2014

A Igreja é homofóbica? Um homossexual responde


Em um artigo da revista “Celebrate Life” intitulado “Saindo de Sodoma”, Eric Hess, um dos maiores ativistas gays da história de Wisconsin (EUA), conta a verdadeira paternidade do cardeal Raymond Burke, chamado por alguns de homofóbico após sua participação no sínodo dos bispos sobre a família.

Em seu artigo, Eric relata sua infância turbulenta (seu pai era dependente de álcool e violento), que o levou, “em meio à dor, a buscar o amor do meu pai nos braços de outros homens”. Após uma juventude de muita confusão afetiva (Eric situa, hoje, a causa das desordens sexuais, do direito ao aborto e dos direitos homossexuais na “mentalidade anticonceptiva predita em 1968 pelo Papa Paulo VI na ‘Humanae Vitae’”), em 1995, ele colocou em uma caixa sua Bíblia e todas as imagens religiosas que conservava da sua infância e as enviou ao bispo de “La Crosse”, Wisconsin, com uma carta na qual declarava sua renúncia à Igreja Católica.

“Para a minha surpresa, reconhece Eric hoje, o bispo Raymond Burke me respondeu com outra carta, na qual me dava a conhecer sua tristeza; disse que respeitava a minha decisão e que notificaria a paróquia na qual fui batizado. Afirmou que rezaria por mim e que desejava que chegasse o momento no qual eu me reconciliaria com a Igreja.”

No entanto, Eric (que, nessa época, era um dos ativistas gays mais atuantes de Wisconsin) lembra ter pensado: “Que arrogante!”. Depois, replicou ao bispo Burke com outra carta, acusando-o de assédio. “Meus esforços por desanimá-lo caíram por terra”, pois o bispo lhe enviou uma outra carta garantindo-lhe que não voltaria a escrever-lhe, mas que, se um dia ele quisesse se reconciliar com a Igreja, ele o receberia de braços abertos.

O tempo passou, mas “o Pai, o Filho e o Espírito Santo nunca desistiram de mim”, conta Eric, que então conversou “com um bom sacerdote”, cujas orações se uniram às do bispo.

Finalmente, “em 14 de agosto de 1998, a graça divina entrou na minha alma, em um restaurante chinês, junto ao meu companheiro de mais de 8 anos; naquela tarde, o Senhor me chamou ao tribunal da sua graça de cura: o santo sacramento da Penitência. O padre com quem eu havia conversado estava mês esperando lá. Enquanto eu caminhava até ele, uma voz interior falou ao meu coração; era amável, radiante e clara dentro da minha alma. E me dizia: este sacerdote é a imagem do que você poderia chegar a ser, se voltar a mim”.

A caminho de casa, naquele dia, Eric disse ao seu companheiro: “Preciso voltar à Igreja Católica”. Mais tarde, ligou para o bispo Burke, “para que fosse o primeiro a ficar sabendo que eu estava voltando para a Igreja”. Então marcamos um encontro.

“Um mês depois da minha reconciliação com Deus e com a Igreja, entrei na sala do bispo e ele me abraçou. Perguntou-me se eu me lembrava de tudo aquilo que lhe enviei em uma caixa anos antes. É claro que eu me lembrava. Foi então que o bispo me devolveu a caixa, dizendo que ele sempre acreditou que eu voltaria.”

Vários anos se passaram, o bispo Burke participou do sínodo dos bispos sobre a família e recebeu algumas acusações de homofobia. Eric Hess confessa que o bispo de Saint Louis “é difamado pela sua fidelidade a Deus, à Igreja e às almas. Posso dizer que é um pastor de verdade, que para mim se tornou um pai espiritual, imagem do nosso Pai do céu”.

Realmente, isso é todo o contrário da imagem com que alguns querem identificar o cardeal Raymond Burke e às vezes até a Igreja em si.

Fonte: Aleteia (http://www.aleteia.org/pt/sociedade/artigo/igreja-e-homossexuais-5802917671993344)

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